Terapia: O Processo e o Papel Essencial da Psicóloga na Jornada de Cura

A terapia é um processo no qual se visa alcançar o desenvolvimento pessoal do cliente; isso, com suporte devidamente especializado e regularizado de uma profissional. Busca-se construir, a partir do vínculo entre psicólogo e cliente, um espaço seguro para buscar o autoconhecimento, fortalecer a autoestima, tratar feridas psíquicas com as quais convive, lidar melhor com os nossos pares, compreender sentimentos e comportamentos, entre outros diversos ganhos possíveis. Em suma, trata-se de uma jornada de busca por maior bem-estar e qualidade de vida.

“Vou à terapia para conversar?”. Muitas pessoas entendem a psicoterapia como um espaço para conversar, especialmente quando técnicas específicas não são evidentes para leigos. No entanto, cada intervenção da psicóloga é fundamentada tecnicamente. Ela planeja as perguntas, seu comportamento e a relação com os clientes para alcançar objetivos terapêuticos claros. Contudo, as características humanas da terapeuta são importantes para oferecer uma escuta sensível e acolhedora. Uma boa psicóloga se esforça para equilibrar técnica e humanidade.

Qual o papel da psicóloga na terapia?

O papel da psicóloga nessa trajetória é o de mediadora. Diferente de aconselhar ou ditar regras, a psicóloga utiliza métodos, técnicas e instrumentos específicos de sua abordagem de trabalho para ajudar os clientes a estabelecerem melhores relações consigo mesmos e com o mundo ao seu redor. A mediação envolve identificar o que pode ser feito, interna e externamente, para tratar as queixas dos clientes e os provocar e instrumentalizar para realizar as mudanças necessárias, visando diminuir o sofrimento e promover a autonomia na busca pelo seu desenvolvimento pessoal.

Historicamente, a psicologia foi usada para tentar “adequar” pessoas a determinadas normas sociais, mas esse não é, e não deve ser, o propósito das intervenções atuais. A mediação do processo terapêutico busca que o cliente adquira as ferramentas necessárias para assumir responsabilidades e viver sua própria vida como o protagonista: um convite à autonomia. Vendo desse modo, partindo das necessidades do cliente em si, não há espaço para nenhuma postura alienante.

“Mas, às vezes, a psicóloga não tem uma postura mais diretiva?”

“Mas, às vezes, a psicóloga não tem uma postura mais diretiva?”, você pode estar se perguntando, e a resposta é: sim! A psicóloga pode adotar uma postura mais diretiva em certas situações, o que não significa aconselhar ou impor decisões. Em momentos específicos, ela pode precisar psicoeducar e orientar os clientes sobre determinados aspectos. Nessas situações, ela intervém. Todavia, tudo à base de fundamento técnico-científico, sempre respeitando a autonomia do cliente em decidir acolher ou não a orientação oferecida. Aqui, deve-se atentar para o fato de que as diversas abordagens vão ter posturas também divergentes. De acordo com tipo de terapia e do foco do trabalho, as orientações diretas podem ser mais ou menos comuns.

Quando buscar psicoterapia?

É comum as pessoas acreditarem que a terapia só é útil e necessária em casos de transtornos psiquiátricos graves, o que não é verdade. Existem várias situações e sinais que podem indicar a necessidade de procurar um terapeuta. Aqui estão alguns momentos em que pode ser útil buscar terapia

  • Desejo de autoconhecimento e fortalecimento da identidade;
  • Sentimentos persistentes de tristeza e desespero;
  • Nível aumentado de ansiedade, que esteja comprometendo o cotidiano;
  • Estresse aumentado prolongadamente e dificuldade de lidar com ele;
  • Lutos e Perdas;
  • Desenvolvimento da Comunicação;
  • Melhoria dos relacionamentos interpessoais;
  • Em casos de comportamentos autodestrutivos;
  • Entre muitas outras queixas possíveis.

O direito ao sigilo na psicoterapia

A garantia do sigilo é um ponto fundamental para a psicoterapia. Criar um espaço seguro para ambos os lados implica tratar todas as informações com discrição. Nesse sentido, desde dados pessoais até algo que seja compartilhado durante a sessão, as comunicações devem ser protegidas. Este aspecto é crucial para estabelecer a confiança necessária para o trabalho terapêutico. Nesse sentido, e em respeito aos consulentes, o art. 9º do Código de Ética Profissional do Psicólogo afirma: “É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional”.

Vale citar, no entanto, que essa responsabilidade é compartilhada. Isso significa que os clientes também devem zelar pela segurança das suas informações. À exemplo disso, tem-se as condições de ocorrência dos atendimentos online, nos quais é necessário garantir local e equipamentos adequados à realização da sessão. Desse modo, a psicóloga precisa estar atenta a orientar seus pacientes sobre não estar em local público ou com fácil acesso de outras pessoas, utilizar fones de ouvido, cuidar com as mensagens porventura enviadas e recebidas, etc.

Em resumo

A psicoterapia, portanto, é um processo complexo e profundo que vai além de simples conversas. É uma intervenção técnica e científica que, ao mesmo tempo, valoriza a humanidade do terapeuta e do cliente. O objetivo é que o cliente possa explorar seus sentimentos e comportamentos, desenvolver autoconhecimento e trabalhar nas mudanças necessárias para melhorar sua qualidade de vida. Para tal, a profissional proporciona um ambiente seguro e acolhedor. A garantia de sigilo e o respeito à autonomia do cliente são pilares essenciais desse processo, assegurando que cada indivíduo se sinta seguro e respeitado em sua jornada terapêutica.

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